terça-feira, 10 de maio de 2016

Mas não há dias que gostavas simplesmente de estar lá? Perguntara-me um dia uma amiga. Não soube responder, para mim não era uma questão de dias, já não...eram perguntas mais complexas, não por isso mais pertinentes, acerca do futuro, do destino, do que fazia sentido.
E assim foi, até o dia em que comendo chocolate e lendo um livro me descobri presa de uma textura. Um rosa pálido, aveludado, onde eu via aviões levantando voo, livros europa-américa desbotados, e um armário que sempre achara lindo subitamente clichê. Nesse veludo, eu via a escova de cabelo de prata, a minha avó frente ao espelho, silenciosa e orgulhosa, sem que isso tapasse como tinta, os cabelos brancos de sua tristeza.
E nesse veludo rosa pálido eu me vi pequena, curiosa, e cheia de interrogações, palpitando debaixo de uma franja castanha e espessa, que hoje, me apeteceria ter...
Hoje seria um desses dias.

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